Ponto central e característico da cidade é o primeiro ponto de parada para aqueles que chegam a Morretes de trem. Localizada na Praça Rocha Pombo é datada de 1885 tem um estilo arquitetônico de impressionante conservação. Depois de várias reformas, possui hoje sanitários, lanchonetes e barracas com produtos típicos da região. Como em vários outros pontos da cidade, dela tem-se uma bonita e relaxante visão das montanhas da Serra do Mar. Nas décadas que antecederam a construção da estrada de ferro, a economia e os transportes da cidade de Morretes giravam em torno da erva mate, tempo em que pelas vielas, em pontos estratégicos, as tendas e oficinas dos ferreiros acolhiam os animais para serem ferrados e vencerem a subida de volta e, depois da Graciosa, chegavam também as pesadas carroças para os consertos de emergência. Com o crescimento desses comércios, os acessos à força hidráulica tornaram-se motivo de disputa, gerando conflitos de interesses pelos valos que desviavam as águas dos rios, principalmente do rio Marumbi. O centro de Morretes tornou-se uma rede de valos e derivações, suficientemente grandes para suportar o trânsito de canoas. Ainda hoje existem vestígios desses canais. A estrada de ferro desmontou esse entreposto ervateiro e marcou seu fim. À entrada do pátio da estação de Morretes, a linha atravessava alguns desses canais de engenho num pontilhão com 3 vãos de 2m cada um. A estação de Morretes foi inaugurada em 1883, sendo ponta de linha por dois anos da linha da E. F. Paraná que, então, ligava apenas Morretes a Antonina. Esse antigo prédio da estação de Morretes, hoje parcialmente demolido, foi aproveitado para armazém de carga quando da construção da estação atual muitos anos mais tarde. Situava-se na marca do Km 40 + 900m e na cota de 11,50 m, ostentando certo aspecto grandioso para os padrões do tempo, tanto mais se comparado com a coeva estação urbana de Paranaguá. Tinha dois pavimentos, com a morada do agente na parte superior, pois então o centro da cidade ficava um tanto distante. Anexos, dois armazéns de carga e, em outros locais, um depósito para duas locomotivas e uma caixa d'água com capacidade de 48 metros cúbicos e respectiva bomba. Da cidade vinha a rua do Campo, ou talvez rua do Campos, próximo à chácara de Antônio de Campos. À volta, os canaviais de João Baia e várias chácaras. Em 1885, a linha foi ligada a Curitiba. A partir de 1892, passou a ser a estação de saída para os trens do ramal de Antonina. Por volta de 1950, o prédio original deu lugar a uma estação com características modernas. A estação é uma das poucas ativas da linha ainda hoje, atendendo ao trem Curitiba-Paranaguá.
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