ORIGEM:
O Lagoinha tem a idade da cidade, fundada em 1897. Surgiu logo que a comissão chefiada pelo engenheiro e urbanista Aarão Reis (1853-1936) terminou de desenhar a nova capital, limitada por uma avenida circular chamada de Contorno. Para a construção, vieram levas de imigrantes e migrantes da Região Central do estado. Como não poderiam construir alojamentos no perímetro da Contorno, foram empurrados para um alagadiço ao sopé de um morro. Nascia o Bairro Lagoinha para acolher italianos, espanhóis, turcos, portugueses e operários mineiros.
Uma Babel se ergueu além do Ribeirão Arrudas e da estrada de ferro. Uma Babel que, por necessidade de sobrevivência, conseguiu com o tempo se entrelaçar, ao contrário da torre bíblica que ruiu por falta de comunicação. Enquanto o Lagoinha se entendia, ocupava-se o perímetro da Contorno. O Bairro Funcionários, o maior, recebia os servidores públicos que iam movimentar a máquina do estado. Esses moradores precisavam de serviços: alfaiataria, sapataria, marcenaria, barbearia, lavanderia. Onde buscá-los? No Lagoinha, que, por necessidade própria, teve que se desdobrar em artes e ofícios. Nas primeiras décadas, até a capital contida na Contorno se organizar, o bairro além da linha do trem e do Arrudas se desenvolveu, se transformou numa comunidade de vida social e econômica intensa.
Clubes, igreja, futebol, música (foi um dos berços do samba da capital), festas religiosas e pagãs. Depois chegaram os cinemas e mais e mais ofícios. Nos domingos dos anos dourados do bairro, enquanto os rapazes se dirigiam ao campo do Pitangui para os clássicos entre Fluminense e Terrestre, as moças se preparavam para os bailes na sede do Fluminense ou para as quermesses promovidas pelo Santuário de Nossa Senhora da Conceição. As donas de casa se dirigiam ao mercadinho municipal, que ainda está de pé na Avenida Antônio Carlos, frequentado também por moradores de outras áreas, incluindo a elite do perímetro da Contorno. Quando chegaram os cinemas, Mauá, São Geraldo e São Cristóvão (este no bairro que lhe dá o nome), os meninos faziam filas nas sessões de westerns e aventuras. No carnaval, o bloco Leões da Lagoinha arrastava divertidos foliões.
O Lagoinha tem a idade da cidade, fundada em 1897. Surgiu logo que a comissão chefiada pelo engenheiro e urbanista Aarão Reis (1853-1936) terminou de desenhar a nova capital, limitada por uma avenida circular chamada de Contorno. Para a construção, vieram levas de imigrantes e migrantes da Região Central do estado. Como não poderiam construir alojamentos no perímetro da Contorno, foram empurrados para um alagadiço ao sopé de um morro. Nascia o Bairro Lagoinha para acolher italianos, espanhóis, turcos, portugueses e operários mineiros.
Uma Babel se ergueu além do Ribeirão Arrudas e da estrada de ferro. Uma Babel que, por necessidade de sobrevivência, conseguiu com o tempo se entrelaçar, ao contrário da torre bíblica que ruiu por falta de comunicação. Enquanto o Lagoinha se entendia, ocupava-se o perímetro da Contorno. O Bairro Funcionários, o maior, recebia os servidores públicos que iam movimentar a máquina do estado. Esses moradores precisavam de serviços: alfaiataria, sapataria, marcenaria, barbearia, lavanderia. Onde buscá-los? No Lagoinha, que, por necessidade própria, teve que se desdobrar em artes e ofícios. Nas primeiras décadas, até a capital contida na Contorno se organizar, o bairro além da linha do trem e do Arrudas se desenvolveu, se transformou numa comunidade de vida social e econômica intensa.
Clubes, igreja, futebol, música (foi um dos berços do samba da capital), festas religiosas e pagãs. Depois chegaram os cinemas e mais e mais ofícios. Nos domingos dos anos dourados do bairro, enquanto os rapazes se dirigiam ao campo do Pitangui para os clássicos entre Fluminense e Terrestre, as moças se preparavam para os bailes na sede do Fluminense ou para as quermesses promovidas pelo Santuário de Nossa Senhora da Conceição. As donas de casa se dirigiam ao mercadinho municipal, que ainda está de pé na Avenida Antônio Carlos, frequentado também por moradores de outras áreas, incluindo a elite do perímetro da Contorno. Quando chegaram os cinemas, Mauá, São Geraldo e São Cristóvão (este no bairro que lhe dá o nome), os meninos faziam filas nas sessões de westerns e aventuras. No carnaval, o bloco Leões da Lagoinha arrastava divertidos foliões.
Pode-se falar muito do Bairro Lagoinha espremido entre as avenidas Antônio Carlos e Pedro II e separado do Cento pela linha de trem e o ribeirão, no qual os primeiros moradores podiam pescar e até nadar. Mas a conversa ficaria longa e até desnecessária, porque a história do bairro já foi contada em prosa e verso e há na internet um sem número de versões para a sua criação. O que dói nos antigos moradores do Lagoinha é o fato de o bairro não ter ficado marcado pelo seu passado de contribuição ao avanço da cidade, mas sim pela fama boêmia da devassa e extinta Praça Vaz de MeloA base de formação do bairro Lagoinha, localizado na região Noroeste, foram os imigrantes italianos trazidos à época da construção da capital. O local foi um dos primeiros bairros de origem operária e suas casas foram construídas em torno de uma pequena lagoa, onde hoje está erguido o Complexo Viário da Lagoinha. Antigamente a região era pantanosa e cercada por várias lagoas, o que possivelmente explica o nome dado ao bairro.
No bairro Lagoinha ainda existem algumas famílias remanescentes dos antigos colonizadores. Por causa deles, durante muito tempo o local ficou conhecido como cantinho da velha itália em Minas Gerais.
Antes da Avenida Antônio Carlos, a Rua Itapecerica, apesar de estreita e muito congestionada, era a principal via de acesso ao bairro.
A popular Praça Vaz de Melo era reduto do baixo meretrício e dos boêmios de segunda classe. Era desligada do bairro, e o seu nome foi uma homenagem ao principal comerciante do local – Guilherme Vaz de Melo – que tinha o apelido de Bebeco.
Os últimos boêmios de Belo Horizonte não se esquecem da velha Lagoinha, um bairro de limites difusos, mas de características marcantes. Escondida pela rodoviária, cortada por viadutos e radicalmente transformada com a chegada do trem metropolitano, a Lagoinha, de 15 ou 20 anos atrás, era reduto de seresteiros, dançarinos e amantes da noite de Belo Horizonte. Ali, a menos de um quilômetro do Centro, vivia à margem da capital, com seu comércio agitado, os botequins sempre abertos e cheios, suas pensões, o ribeirão Arrudas, o mercado, as farmácias, os camelôs, as delegacias, o barulho do trem do subúrbio e cinemas.
Esta paisagem era emoldurada, no lado oposto, pela rotina dos bairros da Graça, Colégio Batista, Concórdia e um pedaço da Floresta, separados da Lagoinha por uma colina, e que, ainda hoje, abrigam típicas famílias de classe média com uma tranqüilidade própria das cidades do interior. Espremida entre esses bairros e o Centro, a Lagoinha fervilhava dia e noite, na pura boemia, e se perdia no crescimento da cidade que, inevitavelmente, pediria passagem para estender-se às regiões que o bairro dividia.
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